Acreditamos que, como Vigotski já apontava em seu tempo, é nos problemas práticos da vida social que a psicologia encontra seu motor de desenvolvimento teórico e metodológico.
Após um processo democrático e transparente de organização que durou alguns meses e várias reuniões, o CPMHD surge em 2024 buscando superar as dificuldades percebidas ao tentar discutir e articular uma psicologia que tivesse como base o Materialismo Histórico-Dialético e que conseguisse dialogar tanto com psicólogos quanto com trabalhadores no geral.
Ainda que iniciemos esta apresentação mencionando Vigotski, entendemos a necessidade de liberdade de experimentação, leitura e crítica de modo que nenhum autor ou outra seja entendido como dogma ou isento de tais críticas, consideramos a prática social como critério da verdade e todas as obras e trabalhos, bem como seus autores, devem ser entendidos no seu contexto histórico.
Assim sendo, consideramos que e todas as abordagens, inclusive as “soviéticas” ou “marxistas”, devem ser criticadas em suas contradições internas e verificadas perante a realidade concreta. Acreditamos que dessa maneira, poderemos avançá-las para a construção de uma Psicologia Geral, tendo como base epistemológica o já mencionado materialismo histórico-dialético.
Por entendermos que qualquer ciência é um trabalho coletivo, político e histórico, buscamos superar o academicismo e o isolacionismo da produção teórica. Nosso horizonte com a psicologia geral materialista histórico-dialética é também a construção de uma psicologia brasileira, latino-americana, que atenda as demandas dos povos em sua pluralidade étnica e cultural.
Diferente de um falso ideal de suposta neutralidade, queremos uma psicologia engajada com a classe trabalhadora e politicamente comprometida com a emancipação humana.
Buscamos essa práxis através de atividades de formação como cursos e grupos de estudos, de suporte profissional como nossos grupos de intervisão e de troca de experiências; ocupação de espaços de debate de nossa profissão; atuação em conselhos de classe (como conselhos regionais de psicologia e seus núcleos) e de participação social (saúde, educação, direitos das pessoas com deficiência, direitos das crianças e adolescentes e etc); bem como a participação em organizações sindicais e organizações políticas como partidos e movimentos sociais.
Aplicando isso por meio da transparência e democracia em nossas atividades, a participação no coletivo implica em militância através de tarefas, com horizontalidade entre as membras e cargos relacionados a tarefas sendo também nosso objetivo a construção de uma Psicologia Geral que colabore com emancipação da humanidade por meio da luta da própria classe trabalhadora.